Na Rota da Copa: aula de futebol e muitos problemas
Téo José
A Espanha precisou de apenas o primeiro tempo para definir a partida contra o Uruguai. O 2 X 1 da atual campeã do mundo não refletiu o domínio e superioridade do jogo. Xavi e Iniesta comandaram uma verdadeira aula de futebol. A Fúria já mostrou suas credenciais como uma das melhores seleções do mundo.
Foi bonito ver evolução do time na Arena Pernambuco. Tem tudo para chegar na final desta Copa das Confederações. O Uruguai se fechou e tentou sair no contra-ataque, mas foi uma presa fácil. No primeiro tempo deu apenas um chute ao gol e passou a maior parte do tempo correndo atrás da bola e dos espanhóis. Na segunda etapa, a Espanha tirou o pé e controlou o jogo.
O gramado da linda Arena Pernambuco estava perfeito. O estádio é lindo, mas ainda está inacabado. O torcedor [e nós, da imprensa] sofreu bastante. Boa parte da arena ainda está coberta por lycra, para esconder parte das obras. Os banheiros ainda precisam de limpeza e cestos de lixo. Os bares têm filas intermináveis. Escadas sem piso e iluminação. Acesso do público é complicado, com apenas uma estação de Metrô e o sistema de ônibus até o estádio, e depois na volta, insuficientes. Parte do estacionamento sem luz. Muitos materiais da obra jogados em volta do estádio. Improvisação total na maioria das posições de rádios e TVs.
Resumo: a Arena Pernambuco precisa de mínimo mais uns três meses de obras, com um contingente grande, para ficar pronta. Na semana passada já tínhamos falado isto. Depois vai ser um dos melhores estádios do mundo. Hoje ainda não é.
Dois fatos engraçados do jogo:
– Sempre levo latinhas de energéticos para transmissão. Como não se pode entrar com metal. Tive de colocar o liquido dentro de squeeze -aqueles que as pessoas colocam água para malhar. Era a primeira vez que utilizava um modelo bonito, transparente. Com o movimento dentro da mochila, o energético acabou ficando com pressão.
Minutos antes do jogo destravei o local onde se coloca a boca e para minha surpresa um jato enorme saiu dele. Como um foguete. Passou por cima da posição da SporTv e fez um arco íris, indo cair direto no narrador e na mesa de som da equipe de TV espanhola. Que olhou para trás não viu nada. Eu me apresentei e me desculpei.
E eles perguntaram: “é água?”. Disse quem sim, não tinha tempo para maiores explicações, mesmo sendo um erro todo meu, iriamos para o ar. E o narrador emendou: “Tudo bem, mas logo agora que conseguiu resolver os problemas técnicos você dá um banho na mesa de áudio”.
Na metade do segundo tempo, olho para o lado do Neto, que fazia os comentários do jogo, na Band, e vejo centenas de formigas perto de seu braço. Peço ajuda ao coordenador Fernando Svevo, que saca logo uma lata de repelente e joga nas formigas. Que continuam aparecendo. Foi uma luta de uns cinco minutos com a transmissão no ar. No final todas foram aniquiladas. O que ainda não sabemos é de onde elas saíram.