Um jogo histórico
Téo José
Ontem tive o privilégio de trabalhar em Santo 4 X 5 Flamengo. Um dos melhores jogos já realizados no Campeonato Brasileiro, daqueles para entrar na história. Não só pela história, em si, do Santos começar vencendo por três a zero e o Fla empatar ainda no primeiro tempo e depois virar, mas também pelo futebol praticado. Jogo para quem gosta da bola bem tratada, para quem ainda espera algumas jogadas do futebol arte. Ontem tivemos muitas. No intervalo, quando apresentamos os melhores momentos, foram os mais longos que vi nos últimos tempos. Deu tempo de ir ao banheiro, voltar, e ainda pegar os dois últimos gols.
Um jogo onde as principais atrações tiveram atuações maravilhosas. Ronaldinho, o artilheiro do campeonato agora, com os três gols marcados, e o maestro Thiago Neves. Do outro lado, Neymar, de penteado novo, e Ganso. Bom ver também que os esquemas, as ideias de Mano Menezes, não estragaram o futebol da dupla jovem. Eles precisam só é de liberdade. Não precisa pedir para o Neymar marcar tanto, como queriam na seleção. É ele que tem de ser marcado. O garoto Luiz Antonio do Fla, também jogou muito até sair machucado, foi fundamental.
Vi duas equipes querendo o gol e se expondo para conseguir o objetivo. Por isso, depois do jogo, não vi tristeza ou revolta do torcedor do Santos que foi a Vila Belmiro. Não poderia estar triste, porque viu um verdadeiro espetáculo de bola. Foi bonito ver também a torcida em vez de pular e gritar no terceiro gol do Neymar, bater palmas, como se faz em uma peça de teatro. Num espetáculo mesmo. Aquela obra merecia mesmo os aplausos de pé, como presenciei.
As duas defesas não acompanharam os craques do meio e da frente, mas nem por isso vou ficar fazendo criticas mais pesadas. Elano, também, foi no mínimo displicente. Depois afirmou que se a torcida ficar pegando no pé, vai embora. Outra infelicidade, nestes casos não se ameaça, vai e pronto. O clima vai ficar pesado para ele.
Outro ponto negativo foi a arbitragem. Não entendi a escalação do André Luiz Castro, que foi considerado até o ano passado o melhor arbitro de Goiás. Mas no Goiano de 2011 ficou suspenso por erros bobos e não tem feito uma boa temporada. Errou muito. Mas teve sorte de não influenciar no resultado.
Prefiro ficar com os grandes lances que vi e a sensação de que, se deixarem, o Brasil ainda pode ter uma grande seleção. Vida longa aos artistas da bola. Vida longa ao Santos e ao Flamengo que vi ontem.