Barça campeão. Quase tudo dentro da normalidade
Téo José
Quem costuma freqüentar nosso espaço sabe bem o que eu pensava da decisão. Barcelona sempre foi o grande favorito, contrário a isto só paixão e “pachequismo”. Tem o melhor time, melhores jogadores, melhor técnico e melhor estrutura. O Santos é um grande time, mas está longe de ser unanimidade. Se formos analisar friamente, vamos ver falhas e falta de qualidade em quase todos os setores. Mas não é o caso. O Barcelona jogou como sempre joga nas grandes partidas. Mordendo, tocando, sendo objetivo e tirando o máximo de seus jogadores. Jogo bonito e se firulas.
O Santos não foi o mesmo. Os 29% de posse de bola, mesmo com o adversário sendo o Barça, não é normal para o Peixe. Primeiro, o Muricy mexeu na estrutura em sua essência. Tudo bem, tinha pela frente o time espanhol, porém apequenou a equipe e os jogadores me pareceram assustados. Faltou a pegada, a vontade extra de vencer um Mundial. Um primeiro tempo em que o Santos em nada lembrou seus melhores jogos, mesmo quando perdeu, no caso do 5×4 para o Flamengo na Vila.
A minha crítica ao Santos é exatamente no comportamento e forma de jogar. Se entregou diante do maior e com dez minutos já parecia batido. Abriu mão de tentar vencer, de tentar ser maior. Conseguiria? Na boa, seria uma grande zebra, mas eu penso assim. O time precisava outra postura e aí a falha é de todos: jogadores e comissão técnica.
Falar do Barcelona é chover no molhado. É o melhor e pronto, mas não é imbatível. Título mais do que merecido. Além do que vimos, um futebol espetáculo, é uma equipe que não muda pelo adversário. Em todos os jogos atua da mesma forma e com a mesma seriedade. Parabéns.
O jogo de hoje mostrou também que este papo de sermos os melhores do mundo já foi. Hoje precisamos de uma mudança grande no nosso futebol, que anda cheio da grana. Mudança de postura e voltar a ter nossa identidade. Isto para maioria dos clubes. Temos meia dúzia, ou pouco mais, de treinadores muito competentes, o caso do Muricy, que hoje me decepcionou, mas não posso deixar de ver o passado. Fica a lição que o trabalho na seleção nacional também é comum. Da forma que vai, vamos tomar chocolate na Copa. Hora de fazer uma análise fria e sem paixão. E nesta , vejo que muito precisa ser feito na forma de atuar e na psicologia. Que venham os inovadores, que tirem tudo de nossos jogadores. Como faz o Barcelona. Como é o Pep Guardiola.