Bonde fora dos trilhos
Téo José
O Flamengo começou 2012 sem grande contratações, com clima carregado e vejo que também sem comando. A presidente Patricia Amorim está perdida. O pior é que a diretoria também. Claro que esta situação vai refletir dentro de campo. O primeiro tempo do amistoso contra o Corinthians, ontem, em Londrina, foi o reflexo de tudo. Lembrei da frase do Vampeta: “Eles fingem que pagam e eu finjo que jogo”.
Não se trata apenas da questão financeira do Ronaldinho, Deivid e outros. Como disse o Vanderlei Luxemburgo, falta comprometimento do grupo. O time tido como reserva jogou muito mais, porque teve também mais vontade. Este problema do “não tô nem aí” não é de agora. Foi o que se viu no ano passado, com muita coisa rolando fora de campo e o futebol sumindo dentro. A falta de comprometimento foi fundamental para o Flamengo não chegar mais perto do título no Brasileiro.
Aqui neste espaço já falamos muitas vezes do que está rolando pelos lados da Gávea. Não é segredo que o treinador não tem mais diálogo com Ronaldinho. Também está claro que o elenco anda dividido. E não é o necessário para alcançar as metas que o torcedor quer.
Olhando apenas o lado do futebol, fica claro que o Flamengo precisa de gente na zaga, no meio e no ataque. Não dá para pensar em titulo do Brasileiro com Airton, Willians e Renato Abreu. Também fico sem entender onde foi parar o futebol do Willians, mas quem frequenta o clube sabe. A coisa anda tão complicada que tem gente querendo o Botinelli como titular absoluto. E neste grupo tem condições.
Apenas lamento o que tá rolando e mais uma vez bato na tecla: futebol tem de ser profissional. Não dá para colocar um bando de torcedores para dirigir ou pessoas que querem apenas se aproveitar dos times grandes – principalmente dos mais populares. O que estamos vendo no Flamengo é isto. Tem problemas financeiros sim, como quase todos os clubes brasileiros, mas sem soluções profissionais as coisas vão continuar fora dos trilhos e com empresários dando as cartas e até atuando na escalação do time.
É o caso do Ronaldinho, do qual o irmão, o tempo todo, fica especulando saída, dizendo de interesses de outros clubes – muitos até inexistentes. Na boa, pelo que está jogando, desde o ano passado, se atuar ou não na Bolívia, não fará nenhuma falta. Sobre os salários: é obrigação pagar. Seja o Flamengo ou parceiro. Neste ponto nem precisamos tocar. Isto é apenas um fato dentro da bagunça que está o clube.