Blog do Téo José

Categoria : Automobilismo

Long Beach: domínio da Penske
Comentários COMENTE

Téo José

Neste domingo, dia 21, a Fórmula Indy disputa a terceira etapa do campeonato 2013 em Long Beach, na Califórnia, EUA. Este é um dos maiores eventos da categoria e sempre fica entre os três de maiores audiências na TV norte-americana.

Era também uma das minhas provas preferidas. A cidade é festiva, cheia de bares e restaurantes. O hotel ficava a duas quadras da entrada para os boxes. Boas recordações.

Mas nem tanto para os representantes do Brasil. De 1984 para cá, apenas Hélio Castroneves venceu por lá – em 2001 – nNa época da antiga CART. Aliás, um pódio todo verde-amarelo com Cristiano da Matta em segundo e Gil de Ferran em terceiro.

Tony Kannan foi o último a subir ao pódio, por lá, em 2009.

Por outro lado, nos últimos quatro anos a Penske largou da pole em Long Beach. Em 2012 com Ryan Briscoe e as outras três com Will Power, que também venceu a edição do ano passado. É uma pista com duas grandes retas e uma parte [a partir da curva 1] mais travada.

Os atuais carros da Indy, em ritmo de corrida, devem andar na casa de um minuto e nove segundos baixo — ou até em um e oito. O melhor ponto de ultrapassagens [e vamos ver muitas] é na freada da curva 1, depois de uma reta bem longa dos boxes.

A maior preocupação no acerto é ter muita velocidade de reta, principalmente final, e consumo de etanol em excesso. As ondulações são outra dor de cabeça, por isso mesmo é uma pista que exige do condicionamento físico.

Em resumo: sempre uma prova com sintoma de emoção e ultrapassagens. Creio que veremos mais disputas que nas etapas anteriores. Será um ótimo termômetro para a etapa seguinte em São Paulo.

Helio é o líder do campeonato. Ele tem no retrospecto uma boa receita de acerto da Penske e, por isso mesmo, é um dos favoritos. Hoje ele tem nove pontos de vantagem para Scott Dixon e 42 com relação ao seu companheiro Power.

Castroneves tem grandes chances de chegar no Brasil como líder e caso não tenhamos recuperação do Will, pode abrir uma gordura bem interessante antes das 500 Milhas de Indianápolis – a quinta prova do ano e sua especialidade [onde venceu três vezes].

Tony Kanaan vai ter um ano parecido com o de 2012. Ou seja, andando bem em algumas pistas e sem um melhor acerto em outras. Apesar do crescimento, são as condições na equipe KV. Como não fico em cima do muro, meu palpite vai para o Helio.

A prova será às 17h45 do domingo. Estarei na Band com o Felipe Giaffone mostrando esta largada e assim que bola parar no futebol, transmitiremos restante da corrida ao vivo e na íntegra.

Espero vocês!


GP do Brasil corre risco? Sim.
Comentários COMENTE

Téo José

O Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 está sob risco. O repórter Livio Oricchio, do jornal O Estado de S. Paulo, fez entrevista com Bernie Ecclestone. O ponto abordado foi a continuidade da prova da F1 em Interlagos. O homem que manda na categoria disse que se as obras não forem feitas em São Paulo, a corrida não estará no calendário de 2014. Eu pensava que o contrato terminava no fim de 14, mas se eles estão dizendo…

Claro que Bernie quis utilizar a imprensa para botar pressão nos organizadores e prefeitura. Uma nova área de box está nos planos e essa é a maior exigência – ficaria na descida do lago e só seria utilizada pela F1. A atual permaneceria para as outras categorias. O valor das obras está estimado em 120 milhões. O último prefeito já tinha sinalizado com a realização da reforma exigida. A atual sempre disse que precisava de mais estudos e uma proposta mais longa para continuidade do GP. Ninguém disse que não fará.

No meio do caminho apareceu Santa Catarina. O Parque Beto Carreiro estaria interessado na construção de um autódromo para realizar a prova. Bernie esteve por lá e, claro, gostou da ideia. Não para fazer realmente a corrida mas, sim, para pressionar São Paulo. Este sempre é o jogo dele.

Não acredito que a cidade perca a corrida, porque creio que as obras vão sair. A Globo hoje é a dona do evento e tem um bom lucro. O GP é importante para São Paulo, não só como diversão e turismo, mas também pelo que movimenta de grana. Vão brigar, usar imprensa, mas acho que acabam se acertando.

Sou contra uma obra de grande porte apenas para F1. O autódromo não é dela, muito menos do Bernie. É preciso modernizar a pista. Mas se vale a pena, ou não, é uma questão de avaliar. Quanto vale a corrida e quanto se pode gastar. Se chegarem a conclusão que o preço é alto demais, então um aperto de mão e abraço para o Bernie.

Mas pelo que estão gastando com a Copa [e sem eixar o legado prometido], vejo que a Fórmula 1 é uma boa para cidade. Bernie também deve ter outras propostas polpudas para realização de uma nova corrida e por isso vai fazer sua estratégia. Já conhecida.

Fora São Paulo, hoje ninguém faria um autódromo em um ano e meio para receber a Fórmula 1. Muita gente vai aparecer dizendo que sim. Mas é papo furado. Jogar para torcida.


Alonso absoluto. E o velho papo dos pneus
Comentários COMENTE

Téo José

A corrida, o GP da China, não foi muito diferente do que vimos no treino de classificação. Esta estratégia de pneus tem determinado tudo. O equilíbrio, as táticas e até a velocidade dos carros e pilotos. Bacana foram só as cinco primeiras voltas, quando os mais macios, daqueles que largaram na frente, aguentaram. Tivemos ultrapassagens normais, sem ser artificiais, por desgaste ou tipo de composto. Depois foi muito chata.

Fernando Alonso, com um ritmo forte desde o inicio, dominou tranquilamente e sem muito trabalho. Fez o que estava combinado e teve uma Ferrari muito equilibrada e competitiva com os pneus médios, que determinaram o fim de semana.

Foi um final de semana como o espanhol esperava nas provas anteriores. Sofreu um pouco mais na classificação, ainda um ponto que a equipe precisa melhorar e foi soberano nas 56 voltas. Nos três primeiros giros até que Felipe Massa colocou de lado dando uma impressão [falsa] que poderia incomodar seu companheiro. Só impressão. Massa foi mais parecido com o Felipe do meio do ano passado. Bem apagado. Terminou em sexto – mais de 40 segundos atrás do vencedor.

Lewis Hamilton teve uma Mercedes apenas razoável e ainda tem um problema com desgaste de pneus, os macios então nem se fala, por isso, apesar da pole, a terceira posição foi até um bom resultado. Kimi Räikkönen, depois de uma largada bem ruim, terminou em segundo, e mereceu pelo que fez na corrida. Nada excepcional, mas para o ritmo do GP da China deu. E deu também a vice liderança do campeonato ao finlandês. Vettel que só se preocupou com pneus completou em quarto e ainda é líder.

Vou ser repetitivo, mas estes pneus macios que se acabam com quatro cinco voltas e a importância que os compostos ganharam têm deixado as corridas bem chatinhas e artificiais. Sobre a polêmica de ordem de equipe ou não, nem isso foi preciso. Não vimos grandes disputas. As ultrapassagens sem maiores dificuldades, era gente com tipos de pneus diferentes ou em momentos de pneus diferentes.

Vocês viram quantas vezes falei em pneus neste nosso papo. Pois é, isto não anda muito bacana.

Veja os dez primeiros da prova:

1. Fernando Alonso – Ferrari, 56 voltas em 1h36min26s945
2. Kimi Räikkönen – Lotus, + 10.100s
3. Lewis Hamilton – Mercedes, + 12.300s
4. Sebastian Vettel – Red Bull, + 12.500s
5. Jenson Button – McLaren, + 35.200s
6. Felipe Massa – Ferrari, + 40.800s
7. Daniel Ricciardo – Toro Rosso, + 42.600s
8. Paul Di Resta – Force India, + 51.000s
9. Romain Grosjean – Lotus, + 53.400s
10. Nico Hülkenberg – Sauber, + 56.500s


Quando o pneu é mais importante
Comentários COMENTE

Téo José

Outro dia falei sobre as regras inventadas na Fórmula 1 e o valor que certos aspectos artificiais ganham. O pneu atual é uma mostra disto. O macio quase sempre dura muito pouco e por isso os engenheiros – com seus cálculos – passaram a ter até mais peso do que o próprio piloto. Hoje, na China, vimos isto. Sebastian Vettel, o atual campeão, atual líder da temporada, abriu mão de lutar pela pole-position, não utilizando na última parte dos treinos os compostos macios, para largar com os compostos médios.

Foi uma boa tática? Não sei. Pode ser, mas sou do tempo em que uma pole sempre era o objetivo maior até o inicio da prova. Ele deve ficar na pista entre 15 e 20 voltas, enquanto os outros entre oito e 12. Vai depender da corrida para saber se abrirá o suficiente para, parando depois, conseguir voltar na frente. Tenho muitas dúvidas. Button seguiu o mesmo caminho, mas este não teve até agora, em momento algum, um carro muito rápido na pista chinesa.

A pole, você vê, só agora falo nela, ficou com Lewis Hamilton, da Mercedes. Kimi Räikkönen sai em segundo com a Lotus. Aí estão duas ótimas apostas. O finlandês quando larga mais a frente sempre é sinônimo de osso duro e a Mercedes, com algumas modificações para este GP, me parece ter sido o carro que mais evoluiu. A preocupação com pneus existe nas duas. Na segunda é mais dor de cabeça.

A Ferrari nas duas primeiras etapas mostrou ter um carro competitivo, mais na corrida do que nos treinos. Ainda não é o que se espera do time italiano. Mas começa o ano melhor. Alonso bateu pela primeira vez na temporada Felipe Massa – sairá em terceiro e é também uma boa aposta para vitória. Alonso cresce em ritmo de prova. Felipe Massa largar em quinto, atrás de Nico Rosberg, para não deixar os três primeiros escaparem terá de fazer uma grande largada.

No fundo, espero que tenhamos uma corrida bem melhor do que a classificação onde a atitude da Red Bull, com Vettel, largando em nono, dividiu as atenções com a pole de Hamilton.

E você o que espera da prova?

Cobertura completa do GP da China está no www.amigosdavelocidade.com.br


Agora o duelo está aberto na Red Bull
Comentários COMENTE

Téo José

Nos últimos dias, a polêmica da ordem de equipe não obedecida na Red Bull foi o destaque da F1. Sebastian Vettel chegou na China surpreendendo e atirando em cima de seu companheiro Mark Webber – o prejudicado na Malásia. Como eu disse, logo depois da etapa, estou adorando ver este clima carregado por causa destas ordens de equipes idiotas e quando os dois pilotos ainda têm chances matemáticas de buscar o titulo.

Como o fato aconteceu neste ano, indica que já tinha rolado acordo antes. Até mesmo na Red Bull, que era a mais correta e que dava mais liberdade. Na Ferrari, que utiliza a interferência do box na pista a torto e a direito, todo mundo acha normal este tipo de ação. Eu repito que a normalidade é se um dos dois pilotos não tem mais chances do objetivo final.

Voltando ao caso Red Bull. O clima nunca foi bom entre os dois pilotos e agora azedou de vez. Webber sabe que não ficará no time no ano que vem. Teve o compromisso renovado por não ter ninguém melhor para ser o segundo. Agora, o português Antônio Felix da Costa, de 19 anos, com passagem pela F-Renault 3.5, aparece como aposta para ser um novo Vettel.

A equipe deve sim apostar em alguém jovem e barato. Nesta situação, o australiano não vai ser mais o cordeirinho e não sei se acatará ordens dos boxes. Vettel já vimos do que é capaz. Todo grande campeão não é 100% bonzinho. Isto é histórico. Mesmo na Fórmula Indy. O único que coloco como exceção é o Alessandro Zanardi. O pequeno alemão não foge à regra e vai ser ainda mais espaçoso e folgado dentro da equipe.

Vejo, agora, um duelo aberto na Red Bull. Com ou sem ordem de equipe.

Massa, o mais rápido

Felipe Massa terminou o dia de treinos livres na China como o mais rápido. Indica que está realmente com a confiança lá em cima e tem um carro competitivo. A Ferrari me parece ter uma boa evolução e, entre as três primeiras corridas deste ano, esta é a que tem mais chances de vencer. Vamos ver na classificação.

A cobertura completa do GP da China está no www.amigosdavelocidade.com.br


Felipe Massa começa bem, mas precisa terminar melhor
Comentários COMENTE

Téo José

Depois de mais de dois anos andando por estradas e caminhos diferentes, estamos de volta ao UOL. Um parceiro antigo, local onde começamos nossos primeiros passos na internet, como site pioneiro de esporte a motor no Brasil. Volto muito feliz, motivado e cada vez mais com objetivo de opinar e ver o que vocês pensam.

Aliás, a internet por si é isto. Além deste espaço no blog, onde vamos falar de automobilismo, futebol e outros assuntos, temos também em nossa parceria com UOL o site Amigos da Velocidade. Vamos em frente e espero termos dias de muita opinião por aqui. Hoje começo com a Fórmula 1.

A F1 volta neste final de semana, dia 14, na verdade mais uma madrugada de sábado para domingo, agora o GP da China. Felipe Massa tem um começo de ano bem melhor do que nas duas ultimas temporadas. Conseguiu se classificar na frente do Fernando Alonso, terminou uma corrida em 4º e outra em 5º. Uma atrás do espanhol e na outra a frente – já que Alonso abandonou. No resumo está com 22 pontos, em quinto lugar na classificação, contra 18 do companheiro.

Depois destas linhas iniciais, digo que ainda é pouco quando se pensa no objetivo maior que é o titulo. Todo piloto, em uma Ferrari, só pode pensar em ser campeão. Como andava renegado demais dentro do time, por aqui os resultados são comemorados como vitória.

Fora o ‘oba-oba’, vejo como fator realmente positivo a volta da confiança. Felipe Massa é um piloto que voltou a pensar em melhores resultados, e a achar que pode bater Alonso. Depois de resolver parte de seus problemas, agora precisa olhar bem mais a frente e imaginar o titulo. É isto que os torcedores da Ferrari e seus dirigentes esperam. Foi para isto que o espanhol foi contratado.

Felipe sempre ficou em segundo plano e ainda está, não se enganem. Só ele pode mudar este panorama. Começou bem, mas ainda é pouco. Precisa se sustentar e começar a andar na frente. Não acredito que a situação na Ferrari mudou. Fernando Alonso ainda é o número 1 e não é tipo de gente que é cai com os primeiros golpes. Pelo contrário, ele faz disto um combustível. Dentro da pista e nos bastidores.

Ainda é muito cedo para pensar que tudo na Fórmula 1 vai ser diferente para o Felipe Massa. Como gosto de falar, melhor é esperar.


Indy e F1
Comentários COMENTE

Téo José

A Fórmula Indy abriu aqui, em St. Petersburg (EUA), sua temporada 2013. Gostei do que vi. Dentro e fora da pista. Grid cheio, com 25 carros. Equipes mais fortes, novos patrocinadores e muito equilíbrio. Com destaques para Tristan Vautier e Simona de Silvestro.

O primeiro é francês, tem 23 anos, foi campeão da Mazda e Indy Lights, que fazem parte das categorias na rota para Indy. A suíça, agora companheira de Tony Kanaan, voltou a ter um carro mais competitivo e fez uma bela corrida – era terceira até duas voltas para o fim e terminou em quinto. Vai dar trabalho.

Tony foi um grande destaque. Ao seu estilo. Largou em 11º e fechou em quarto. Para Helio Castroneves, segundo lugar, teria sido muito melhor se não tivesse errado a freada na última relargada – deixando a porta aberta para James Hinchcliffe vencer pela primeira vez [em seu segundo ano de Andretti].

Digo isto porque largou em quinto e terminar em segundo foi bom, mas teve a oportunidade clara de vencer.

Realmente saio daqui otimista com o que vi.

Na Fórmula 1, muita polêmica coma vitória do Vettel. Ele era segundo e, de forma oficial, a equipe disse ter conversado com o alemão e Webber, que estava na liderança, para manterem as posições até o final. Vettel não respeitou e, segundo Mark, o ultrapassou de forma inesperada e sem respeitar o que estava sendo combinado.

Duas coisas:

– Fico triste com ordens na Red Bull, que sempre foi uma equipe de jogo mais limpo e sem estas frescuras de box.

– Se tinha uma combinação com dois pilotos, Vettel errou com seu companheiro. Mas ao ultrapassar deu uma banana para equipe. Como sou contra ordem de equipe, com os dois pilotos tendo chances matemáticas de titulo, achei bom.

A atitude foi errada com Webber, que tem todo direito de reclamar, já que agora vejo que isto já deve ter acontecido no passado – de forma invertida – e a situação foi respeitada.

No fundo estou adorando esta polêmica e crise. Porque gosto do automobilismo sendo decidido na pista e não por rádio e do box.


20 anos de Indy
Comentários COMENTE

Téo José

Ontem o @ivancapelli, Gaúcho e claro não o piloto, me chamou atenção para o 21 de março. Foi neste dia, em 1993, que narrei minha primeira corrida da Fórmula Indy, na infelizmente finada Rede Manchete. Já se foram 20 anos. Me lembro de quase tudo naqueles dias de fuso trocado em Surfers Paradise. Aliás, me lembro muito bem de como tudo começou. Desde a minha rápida assinatura de contrato, que abriu as portas para minha carreira nacional. São historias interessantes, mais longas, que um dia conto, quem sabe em um livro.

Assinei no meio da semana, fui para casa, fiz a mala e já voltei para São Paulo. Embarcamos no domingo. Minha primeira viagem fora da América do Sul. Foi tudo novidade. Um país lindo, belo hotel e a própria Fórmula Indy, acho que tinha assistido umas oito ou dez provas inteiras. No máximo. Ia a pé para o circuito. Chegava muito cedo e ficava decorando os carros, acho que de passar em frente aos boxes devo ter andando uns quatro quilômetros na quinta-feira. O Brasil tinha só Raul Boesel, Marco Greco e o Emerson. Fui aos três hotéis conversar mais longamente com eles. Com Emerson foi ao lado da piscina, o primeiro contato, e no meio do papo ele me perguntou se já tinha sido piloto, por tanta coisa que perguntava. Fiquei bem orgulhoso.

Era também estreia do Nigel Mansell. A categoria vivia seu “boom” e eu estava em um paraíso, com a grande chance da minha carreira. Me lembro que ainda emocionado, passava por trás das arquibancadas na sexta, com os carros na pista, ouvindo aquele som lindo dos motores e pensei: “caramba, estou na Austrália, fazendo uma corrida da Indy e os caras ainda me pagam pra isso…”

Sabia também de minha responsabilidade e estava com uma garra de urso. Por isso passei a maior parte do tempo estudando e quase sempre só. Tinha muita coisa pra aprender, parte técnica, regras, vida dos pilotos. Vi pela primeira vez um elevador que falava, um orelhão com fax (é naquela época fax era grande modernidade). Serviço de bronzeador na praia. E para todo mundo. Muita coisa nova. Caminhando, dei umas quatro voltas na pista. Bem no comecinho da manhã.

Agora já se passaram mais de 250 corridas pelo menos. Acho. Não sou bom para estas contas. E naquele dia tive um prazer enorme de trabalhar, muita garra e muita sorte. Agradeço a Deus, família, amigos de fé, gente que esteve comigo nas várias equipes e as pessoas que acreditaram e ainda continuam acreditando no meu trabalho.

Tenho também saudades. A categoria era maravilhosa, mas dificilmente encararia de novo fazer 16 ou 17 corridas longe de casa. Foram muitos anos de aeroporto em aeroporto e viagens bem longas.

Mas aqui em St. Peterburg, onde neste domingo estarei abrindo mais uma temporada na Indy, estive pensando nas últimas horas: “poxa estou tão motivado. Como a primeira corrida em Surfers. O que é muito bacana e mais uma vez agradeço a Deus.”

Não vou dizer que venha mais 20 anos, mas podem vir alguns mais. Porque continuarei trabalhando com prazer, tesão e agradecendo.

Tenho muita coisa de bastidor, mas vou deixar para mais pra frente. O projeto que falei no começo é, sim, um grande desejo.


Grid cheio na Indy
Comentários COMENTE

Téo José

Nesta quarta-feira embarcarei para os EUA. Domingo, ao lado do Felipe Giaffone e Antonio Petrin, estarei na Band, com a abertura da temporada 2013 da F-Indy – o GP de St. Petersburg, na Flórida. Grid cheio. São 25 carros confirmados. Nesta primeira etapa, três pilotos brasileiros: Hélio Castroneves, Tony Kanaan e Bia Figueiredo. Bia deve fazer esta corrida e mais duas, São Paulo e Indianápolis. Bruno Junqueira pode correr as 500 Milhas também.

Nos testes da pré-temporada, em Barber, no Alabama, local da segunda prova do ano, a Penske dominou com Will Power em primeiro e Hélio em segundo. Os motores Chevrolet se mostraram, pelo menos nas características da pista, superiores aos Honda. Deve ser o mesmo filme deste fim de semana e com o retrospecto do ano passado, vitória do Helio, sem ficar em cima do muro, coloco a Penske como favorita. Com risco de dobradinha.

Will Power vem batendo na trave nos últimos anos e é um piloto muito forte na busca do campeonato. Helio, que já ganhou Indianápolis em três oportunidades, ainda não tem este título. Por isso deve ser uma briga dura e intensa dentro do time. Sair na frente na primeira corrida dá moral.

Tony vai oscilar nas provas. Muitas vezes na frente e outras atrás. A equipe KV ainda precisa decolar. O carro vai ser competitivo, na Indy é assim, mas os detalhes significam as vitórias e a construção de um campeonato. Sem Barrichello, todas atenções estarão voltadas para ele. Por isso tem tudo para voltar a pensar em incomodar as grandes equipes com força.

Bom falamos mais de lá. Lembro que a prova tem largada às 13h40 e a transmissão na Band começa 13h10. Até e cuidem-se bem!


Kimi e Lotus perfeitos
Comentários COMENTE

Téo José

A abertura da temporada da F1 mostrou um Kimi Räikkönen perfeito e, da mesma forma a estratégia da Lotus. Com uma parada a menos, ele assumiu a ponta na última parte da prova. Tinha pneus menos gastos e manteve uma boa vantagem para Fernando Alonso, que pode ser considerado um destaque da prova ao lado do Sutil.

Muita gente reclamou da estratégia da Ferrari, que tinha Massa na frente do espanhol, e chamou o segundo para entrar primeiro nos boxes na troca de pneus inicial. Na volta Alonso ficou na frente.

Não vejo desta forma. O time resolveu adotar duas táticas, não correr riscos. E Fernando é, sim, o primeiro piloto do time. Massa teve boas voltas, fez uma grande largada e me parece um pouco mais competitivo do que em 2012. Mas ainda é pouco para bater Alonso. Não é uma critica. Mas, sim, uma constatação. Felipe estreou bem.

A Mercedes deu impressão em algumas voltas com Hamilton que apareceu melhor. Mas ainda fico só com a impressão. Depois ficou pelo caminho.

Em um breve resumo vi uma corridinha chatinha. Poucas ultrapassagens emocionantes nas primeiras posições. Quase tudo decidido nos boxes. Vejo Ferrari bem melhor do que nesta época do ano passado, por isso Alonso é o favorito.

Kimi está forte. Vamos ver até onde pode ir esta Lotus e a Red Bull um pouco inferior ao começo de 2012. Mas muito forte. A McLaren ficou devendo.

Agora esperar a Malásia e mais disputa na pista, menos atenção para os boxes.

Resultado:

1. Kimi Räikkönen – Lotus, 58 voltas em 1h30m03.225s
2. Fernando Alonso – Ferrari, + 12.451s
3. Sebastian Vettel – Red Bull, + 22.346s
4. Felipe Massa – Ferrari, + 33.577s
5. Lewis Hamilton – Mercedes, + 45.561s
6. Mark Webber – Red Bull, + 46.800s
7. Adrian Sutil – Force India, + 1m05.068s
8. Paul di Resta – Force India, + 1m08.449s
9. Jenson Button – McLaren, + 1m21.630s
10. Romain Grosjean – Lotus, + 1m22.759s
11. Sergio Pérez – McLaren, + 1m23.367s
12. Jean-Eric Vergne – Toro Rosso, + 1m23.857s
13. Esteban Gutierrez – Sauber, + 1 volta
14. Valtteri Bottas – Williams, + 1 volta
15. Jules Bianchi – Marussia, + 1 volta
16. Charles Pic – Caterham, + 2 voltas
17. Max Chilton – Marussia, + 2 voltas
18. Giedo van der Garde – Caterham, + 2 voltas

*Os demais abandonaram