O futebol de “brucutus”
Téo José
Você que frequenta nosso espaço deve lembrar o que converso bastante por aqui. O futebol jogado no Brasil perdeu sua essência. Paulo Autuori, no ano passado, falou que nossos treinadores estão cada vez mais burocráticos e com a cabeça fechada para o que está acontecendo lá fora. Certíssimo.
Por isso, qualquer partida entre times médios do Italiano, Inglês, Alemão e Espanhol chama mais atenção que clássicos por aqui. O motivo é claro. Os treinadores estão povoando seus times com jogadores de marcação e só marcação. Muitos times chegam a colocar três volantes – e daqueles “brucutus” – que só querem roubar a bola e não conseguem dar passes de cinco metros. Agora virou moda também aqueles atacantes velocistas, que correm, correm e correm, só.
Domingo podemos observar isto no primeiro jogo da decisão do carioca. Vasco e Flamengo fizeram 60 faltas, quase o dobro da média da competição. Em 95 minutos, a bola rolou apenas 39. Tivemos na média uma falta a cada 90 segundos. Nem sempre os números são o retrato de um jogo de futebol. Mas, neste caso, acaba sendo como uma foto digital. Se vi três dribles durante toda partida foi muito.
São vários fatores que afastam os torcedores dos estádios: falta de segurança, estacionamento, cerveja, preços altos e também a falta do nosso verdadeiro futebol.