Há esperança
Téo José
Ontem estive na Vila Belmiro, em Santos, na transmissão de Santos e Corinthians. Cheguei cedo, uma da tarde já estava pronto na cabine. Passados alguns minutos, para minha surpresa, vejo a movimentação no gramado. A garotada da escolinhas sub-11 do Santos, campo e futsal, se preparava para preliminar. Algo raro hoje em dia. Ótima oportunidade para ajudar o tempo passar e finalmente chegar a hora de trabalhar.
Fiquei surpreso com a qualidade e consciência da meninada em jogar futebol. Toque de bola, nada de balão ou chutão. Índice enorme de passes certos, cruzamentos, lançamentos, dribles e poucas faltas. Parecia o nosso futebol de antigamente. Foram cerca de 40 ou 50 minutos de bola bem jogada. Muito melhor que muitas partidas que tenho trabalhado.
Fiquei feliz, vi que ainda tem gente fazendo um trabalho bacana e garotada boa de bola. Foi mais uma prova que faltam profissionais que pensem grande. A qualidade vai caindo com o passar do tempo, porque os tais “professores” vão matando a essência. Vão buscando o jogo feio, da marcação, das faltas e esquecem de aprimorar os fundamentos. Ficam mais tempo no chão ou reclamando de arbitragem. Querem um ponto em vez de lutar por três. Na formação buscam jogadores buscam os mais altos, encorpados, priorizam zagueiros e volantes, deixam rolar a vontade chutões e balões.
Na boa, ganhei meu domingo, vi que ainda há esperanças no nosso futebol e de parabéns ao Santos por fazer este trabalho desde cedo, por isso também, tem revelado tantos jogadores.