Poucos peregrinos
Téo José
No passado os grandes objetivos dos jovens pilotos do kart brasileiro eram Fórmula 1 e Indy, nesta sequência. Hoje vejo pouca gente realmente se atirando em busca do sonho. Sim, faltam categorias escolas por aqui. O garoto ou jovem sai do kartismo e se quer andar de Fórmula precisa sair do país. Aí entra o lado dinheiro. A exposição destas categorias é pequena por aqui, temos algo um pouco melhor na GP2. O resto que tem TV passa em horários alternativos, nem sempre interessantes e canais dois das TVs pagas.
Claro que a trajetória é complicada, claro que a CBA tem culpa enorme neste panorama, mas é claro também que faltam mais promotores sérios e empreendedores no nosso automobilismo, tem muita gente querendo faturar de forma fácil e rápida. Conto em uma mão, aqueles com visão e pensamento em um futuro grandioso. Tem muito promotor que já quer ganhar e muito no primeiro ano. Entra com a cabeça no lucro e não em fazer uma categoria sólida e com algo mais de legado.
Os pilotos de uma certa forma também se acomodam, junto com seus pais ou empresários. Agora tem a Stock Car, que tem levado muitos destes sonhadores. Com bom espaço na mídia, conseguem patrocinadores e faturam um pouco. Virando por alguns anos pilotos profissionais. Esta fase é nova, tem uns quatro anos, vamos ver daqui a cinco, onde estará metade do grid. A Stock está no papel dela. Ter grid cheio e cada vez mais gente de talento e nome. O problema é que passou a ser opção de jovens que tinham objetivos maiores, agora ficarão por aqui, até terem grana.
O panorama é este e sem nenhum horizonte de mudança. Outras modalidades estão ocupando o lugar do automobilismo e tem muito dirigente, promotor e piloto que ainda não enxergou isto. O pior cego é aquele que não quer ver.
Neste ano poderemos apenas ter Felipe Massa na Fórmula 1 e na Indy Tony e Hélio Castroneves. O menos número de pilotos na história das duas categorias principais do automobilismo.