Esqueceram a base
Téo José
Os times da série A do Brasil nunca faturaram tanto como agora. O dinheiro vem dos direitos de TV, patrocínio, material esportivo e por aí vai. Com os cofres mais cheios, mesmo com a maioria tendo administração ainda longe do profissionalismo ideal, o mercado de contratação está aquecido. Hoje não tem tanta diferença financeira jogar e ganhar aqui ou na Europa. Devemos comemorar, apesar de já ter dito neste espaço que tem time que está enfiando o pé na jaca e o planejamento financeiro deixado de lado.
Ok. O ponto maior não é este. Fico me perguntando sobre os investimentos nas categorias de base e aproveitamento dos jogadores. Pegamos por base o Corinthians, o time com maior destaque em 2012 e também o que fez a maior contratação. Este mesmo Corinthians foi campeão da Taça São Paulo, em janeiro passado. Quantos jogadores efetivamente aproveitou no ano, dos 11 garotos titulares campeões? Nenhum.
Marquinhos, mesmo jovem, com 18 anos, é para mim um dos maiores zagueiros da atualidade. Foi emprestado para Roma, vem arrebentando por lá e pode ser comprado em definitivo por 7,5 milhões de reais. E no segundo semestre passado foi contratado Anderson Polga, que claro, não jogou.
Dei apenas o exemplo do Corinthians, na maioria dos clubes do Brasil é assim. Só pensam em categorias de base, quando falta grana, como o Botafogo neste momento. É uma pena. Mesmo com a lei do passe mais flexível. O futuro financeiro dos times passa também pelas categorias de base. Dou como exemplo o Barcelona. Que tem um time com a grande base feita em casa e outro prontinho para entrar, como vem acontecendo.
Aí, como gosto de citar sempre. Esquecem a frase do Beto Guedes: “A lição sabemos de cór, só nos resta aprender.”