F-1 pode terminar 2012 sem brasileiros
Téo José
A batata está assando. Ou melhor, as batatas estão assando na Fórmula 1. Duas já quentes nas equipes Williams e Ferrari – envolvendo os dois pilotos brasileiros. Na Ferrari, além de cobranças explicitas, antes mesmo da temporada começar, agora se vê notas no site oficial da equipe pedindo que ele ajude de forma mais clara Fernando Alonso na busca do título. Sim. Isto já está sacramentado e ele sabe: Massa é o segundo piloto do time, de fato.
Na equipe existe uma corrente querendo a troca já. Outra, mais tradicional, prefere esperar a temporada passar. A primeira acredita que Felipe perdeu a auto-confiança e os resultados ruins só estão servido para piorar ainda mais a situação.
No GP da Espanha, Adrian Suttil esteve pela primeira vez no paddock nesta temporada. Conversou na Force India. A especulação (forte) sugere que ele voltaria, levando grana, que sempre teve, e Paul di Resta desembarcaria na Ferrari. Seria testado até o fim do ano, mas na prática. As conversas já começaram.
Desmentidos saíram, por parte da Ferrari, mas não com muita força. Estas negociações estão rolando nos bastidores. Só vão parar se Massa conseguir resultados bem próximos aos do Alonso. Alguns sites na Inglaterra e Itália dizem que Mônaco pode ser a prova decisiva para o piloto brasileiro.
Na Williams, Valtteri Bottas, piloto finlandês, empresariado por Toto Wolff, agora sócio do time, já tinha comprado 15 treinos nas sextas de corrida. Na primeira sessão ele acelera e Bruno Senna assiste. O jovem colocou dois patrocinadores na escuderia, que vive basicamente da grana dos pilotos. Pastor Maldonado é o que tem a mala mais cheia e, agora, também conseguiu resultados – algo que nem o mais otimista por lá acreditava. O patamar do venezuelano mudou.
Bottas era uma aposta certa para 2013. Com a vitória do Maldonado existe uma pressão para que entre já, com argumento de que tem andado muito bem na sexta. O que é verdade. Bruno ainda se segura pela maior grana que leva. O que complica a vida do brasileiro é o envolvimento maior de Wolff com o time. Ele não é apenas empresário do piloto.
Hoje o finlandês corre atrás de mais dinheiro. Se conseguir, Bruno pode ter o seu contrato encerrado e levar uma banana do time. Lembro que foi-se o tempo em a “palavra” do Frank Williams valia. Hoje a voz dele anda bem fraquinha. Na saída de Barrichello, ele só avisou ao piloto depois de ter assinado com Bruno. A postura não foi a mais correta.
Na Fórmula 1, principalmente nos dias de hoje, o que menos importa é a postura e na Williams dinheiro e resultado andam nesta ordem. Senna tem o primeiro e precisa do segundo. Ou, então, torcer para que Bottas não traga uma mala mais recheada de grana.
O panorama para os pilotos brasileiros é cada vez pior. Desde 1970 não víamos uma situação destas e 2012 pode terminar sem nenhum piloto do país no grid.