Os erros de Suzuka acontecem sempre
Téo José
A maior gravidade no acidente de Jules Bianchi no Grande Prêmio do Japão, foi resultado de uma serie de erros no resgate do carro de Adrian Sutil (Sauber), que tinha escapado na mesma curva sete.
Primeiro – A posição do posto de sinalização era de difícil visão, para um piloto de monoposto, ela ficava pelo menos três metros de altura da pista, com mais pelo menos um do bandeirinha, quatro. Neste tipo de carro o piloto não fica olhando para cima toda hora, principalmente em uma curva.
Segundo – O bandeirinha mostrou a bandeira amarela por alguns minutos e mesmo com o resgate acontecendo mudou para verde. Na hora do batida do francês, era verde.
Terceiro – Nunca uma prova poderia continuar sem o Safety Car com um carro de resgate naquele ponto. Poderia ser trator, como foi, ou mesmo um veículo de passeio. Irresponsabilidade total.
Dito isto, afirmo que estes erros e principalmente o fato de ter um trator ou outro veiculo na pista, com a corrida em andamento é normal no automobilismo mundial. Aqui no Brasil estou cansado de ver. Recentemente vi em duas provas no Bacião, curva depois da largada em Cascavel (PR). Isto é normal em qualquer corrida. Em uma etapa da Truck em Alta Gracia, vi um carro, que servia para transportar bandeirinhas cruzando a pista durante um treino. Na Indy, nos EUA acontece e na Fórmula 1 é uma cena comum. Não tivemos um numero maior de acidentes como este, até hoje, porque Deus não quis.
Aqui no Brasil, o que falta é curso para comissários, bandeirinhas e diretores. Isto foi esquecido, já tem muito tempo, hoje é gente despreparada. Principalmente bandeirinhas, que trabalham por cinquenta reais por dia. Qualquer um é.
No caso do Japão a responsabilidade deste pessoal de pista é da federação local, mas tudo supervisionado pelo pessoal da Fórmula 1. Quem permitiu o posto de sinalização naquela altura e a entrada do trator, foi o diretor de prova, que geralmente tem um experiente homem da Federação ao lado. Ele não toma nenhuma atitude como estas duas, sem a autorização do homem da Fórmula 1.
Sobre ter a corrida com a pista naquelas condições, já vi prova em situação bem pior.
Pra finalizar vou deixar uma frase quem sempre uso nestas situações. Automobilismo, mesmo com todos os cuidados, que precisam existir, é e continuará a ser um esporte de risco.
Aqui o vídeo, feito por um torcedor, de parte do resgate e momento da batida, observem a operação do posto de sinalização e o trabalho do bandeirinha.