O fator Tite
Téo José
Tite já está no Corinthians há mais de dois anos e seis meses. Hoje é o treinador com mais tempo de clube dentre os grandes do futebol brasileiro. Considero o grande responsável pelas conquistas do time. Não sou muito fã do estilo do Corinthians do ano passado, que ainda jogava mais do que agora. Raramente vimos marcar mais de dois gols por jogo. Mas nada pode-se falar sobre eficiência. Um time que sabia o que queria e seguia exatamente o que era determinado pelo seu treinador. Todas as peças se encaixavam.
Hoje a base foi mantida e reforçada, mas a equipe caiu de produção e mesmo assim vai alcançando seus objetivos. Está na final do Paulista e com a vantagem do empate no jogo decisivo. Passou a primeira fase da Libertadores. Tem parada dura, quarta, contra o Boca, tem de vencer e se possível por dois gols – mas se trata de um resultado totalmente possível.
O time não é o mesmo do ano passado, porque muita gente perdeu a determinação de se conseguir algo maior. Não é um problema do treinador e, sim, dos jogadores. Do grupo. Hoje no futebol brasileiro é raro uma equipe manter por dois anos o mesmo ritmo vencedor.
Sempre tem a queda depois de uma temporada de conquistas e ai entra o fator Tite. Com sua forma de trabalhar, de muita habilidade, mesmo que uma peça ou outra não tenha a mesma cabeça, ele sabe manter o grupo em alta. Se não fosse esta filosofia, o Corinthians já não teria o mesmo ambiente e nem as possibilidades atuais. Nem sei se os mesmos jogadores.
O único ponto que não vejo com bons olhos nesta trajetória é o aproveitamento da garotada da base. Poucas chances foram dadas. E mesmo com a situação financeira equilibrada, o Corinthians poderia ter um planejamento de futuro muito mais tranquilo. Na verdade, nunca entendi bem o que é feito na base do clube.
No momento de renovação dos treinadores, não só aqui, como em todo mundo, é muito bom ver um trabalho de uma pessoa séria, determinada e com talento tendo durabilidade e planejamento. Mostra que no futebol quando o profissional é bom e tem respaldo, as coisas andam.
Tite é prova disto. E o melhor: aparece pelo trabalho e não por marketing. No fundo, o melhor marketing é o resultado