Vettel passeou e Pérez deu show
Téo José
O GP do Bahrein teve dois nomes: Sebastian Vettel, que passeou, assumiu a ponta e abriu… abriu e Sergio Pérez que, com uma McLaren, protagonizou os melhores duelos da corrida – com Button e Alonso principalmente. Em uma fase de desgaste absurdo de pneus e este papo de asa móvel, sem quem está na frente possa se defender, apenas aceitar a maior velocidade de quem vem atrás nas retas, é muito bom ver gente que quer passar em qualquer lugar e jogando duro. Mesmo que corra grandes riscos.
Este é o automobilismo que gosto. Como foi também no finalzinho entre Hamilton e Webber, com vantagem para o inglês. A McLaren tem o pior carro das grandes e, por isso, a sexta posição do mexicano, que ainda é um piloto verde, apenas uma promessa que tem muito que aprender, foi um ótimo resultado. Tomara que não perca esta essência de sempre querer passar.
Paul di Resta com a Force India também se destacou, foi o quarto. A Lotus também apareceu bem, depois do Vettel, com Räikkönen em segundo e Grosjean em terceiro. É a equipe que menos gasta pneus e nesta fase de desgaste total dos compostos isto vale muito. Não gosto disso. Com tantas paradas pode-se nivelar mais embaixo. Mas é a realidade atual.
Fora isto, os problemas da Ferrari. A asa traseira do Alonso deu defeito. Abria e não fechava. Precisou entrar nos boxes e não mais abri-la. Felipe, após um toque na largada, teve problemas no bico e depois desgastou demais os pneus. A tática de sair com os mais duros não serviu para nada. Ele também precisa rever a tocada ou acerto. Está gastando muito os compostos. Bem mais que seu companheiro.
Vettel já tem boa gordura na liderança do campeonato, o que vai ser importante quando for preciso usar muito os compostos macios e super macios — com os quais a Red Bull ainda tem problemas. Hoje são 10 pontos de vantagem para Kimi.
Foram, sim, muitas ultrapassagens a maioria na reta. Sem boa opção de defesa para quem está na frente, por causa desta história da asa. Por isso gostei muito do Pérez. Que continue assim, vida longa ao seu espírito.