GP do Brasil corre risco? Sim.
Téo José
O Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 está sob risco. O repórter Livio Oricchio, do jornal O Estado de S. Paulo, fez entrevista com Bernie Ecclestone. O ponto abordado foi a continuidade da prova da F1 em Interlagos. O homem que manda na categoria disse que se as obras não forem feitas em São Paulo, a corrida não estará no calendário de 2014. Eu pensava que o contrato terminava no fim de 14, mas se eles estão dizendo…
Claro que Bernie quis utilizar a imprensa para botar pressão nos organizadores e prefeitura. Uma nova área de box está nos planos e essa é a maior exigência – ficaria na descida do lago e só seria utilizada pela F1. A atual permaneceria para as outras categorias. O valor das obras está estimado em 120 milhões. O último prefeito já tinha sinalizado com a realização da reforma exigida. A atual sempre disse que precisava de mais estudos e uma proposta mais longa para continuidade do GP. Ninguém disse que não fará.
No meio do caminho apareceu Santa Catarina. O Parque Beto Carreiro estaria interessado na construção de um autódromo para realizar a prova. Bernie esteve por lá e, claro, gostou da ideia. Não para fazer realmente a corrida mas, sim, para pressionar São Paulo. Este sempre é o jogo dele.
Não acredito que a cidade perca a corrida, porque creio que as obras vão sair. A Globo hoje é a dona do evento e tem um bom lucro. O GP é importante para São Paulo, não só como diversão e turismo, mas também pelo que movimenta de grana. Vão brigar, usar imprensa, mas acho que acabam se acertando.
Sou contra uma obra de grande porte apenas para F1. O autódromo não é dela, muito menos do Bernie. É preciso modernizar a pista. Mas se vale a pena, ou não, é uma questão de avaliar. Quanto vale a corrida e quanto se pode gastar. Se chegarem a conclusão que o preço é alto demais, então um aperto de mão e abraço para o Bernie.
Mas pelo que estão gastando com a Copa [e sem eixar o legado prometido], vejo que a Fórmula 1 é uma boa para cidade. Bernie também deve ter outras propostas polpudas para realização de uma nova corrida e por isso vai fazer sua estratégia. Já conhecida.
Fora São Paulo, hoje ninguém faria um autódromo em um ano e meio para receber a Fórmula 1. Muita gente vai aparecer dizendo que sim. Mas é papo furado. Jogar para torcida.