Depois de quatro dias de testes em Jerez de la Frontera, no primeiro trabalho visando 2012 na Fórmula 1, algumas coisas já podem ser pinçadas – mesmo sabendo que é apenas o começo, muita coisa há pela frente e nem tudo é o que parece. Como sempre digo em nosso espaço, muito mais do que o resultado no relógio eu analiso as declarações dos pilotos e do pessoal técnico.

A Lotus, com Kimi Räikkönen, liderou na Espanha. Assim como a Mercedes GP, por duas vezes, com Michael Schumacher e Nico Rosberg. Mas a equipe alemã treina com o carro de 2011, diferentemente da Lotus que já trabalha em seu novo carro.

Ferrari, Red Bull e McLaren foram discretas. Mas me parecem as equipes melhor situadas no momento.

Sebastian Vettel e Mark Webber, com suas declarações, deixaram no ar que o carro está competitivo e que estão muito à vontade dentro dele. Isso é um detalhe importante. A Red Bull deve começar 2012 exatamente como terminou em 2011: ou seja, muito forte.

Ferrari e McLaren não estão totalmente satisfeitas neste momento. Mas identificaram as áreas onde precisam progredir. E buscarão a melhora. Como disse Felipe Massa (e depois Pat Fry, diretor técnico da Ferrari): ainda há muito trabalho pela frente.

E você acha que o caminho está aberto para a Red Bull?

Depois de dar as primeiras voltas com a nova Ferrari, em Jerez, na Espanha, Felipe Massa não estava otimista. Mas poder ser apenas parte de sua estratégia pessoal para 2012. Segundo seu empresário, Nicolas Todt, a postura será bem diferente e vai ser um novo piloto. Será?

Se realmente falou o que sente, vejo que o carro que não nasceu bem. Felipe afirmou que tudo é diferente e que a equipe vai ter muito trabalho no desenvolvimento. Muita coisa precisa ser feita.

Isto é normal quando o ano começa, mas a equipe resolveu ser um pouco mais agressiva na concepção do modelo e não é a característica do time. Se cometeram um erro mais grave, muito tempo vai ser perdido em busca de solução.O que pode não acontecer com outros times.

Sobre os carros serem bonitos ou não… terem degraus nos bicos ou não… pouco importa. Carro de corrida bonito é o que anda na frente. No fundo, bato o olho e acho todos obras de arte.

Os resultados destes treinos, nas marcas de tempo, pouco vão dizer. Ou até nada. Sempre é assim. Não sabemos como e o que estão testando. Por isso o que mais me chama atenção são as declarações.

Só a falta de orçamento afasta Rubens Barrichello da Fórmula Indy. A KV, mesma equipe de Tony Kanaan, corre atrás do combustível financeiro para ter mais um carro nesta temporada de 2012. Corre em várias frentes e com muita vontade. Jimmy Vasser, principal sócio do time, sabe que não pode perder esta chance.

Além de fazer um ótimo trabalho, dentro e fora da pista, nos testes de Sebring, no começo deste mês, Rubens Barrichello é o fato novo para dar ainda mais retorno a escuderia. A direção da IRL, que comanda a Indy, também está empenhada na chegada do brasileiro.

Rubens também não está parado e sabe muito bem o quer e pode alcançar. Com os carros novos da categoria e, pelo menos, mais seis dias de testes antes da estreia, no mês que vem, acredita que se tudo der certo vai entrar bastante competitivo – mesmo não estando em ‘uma Penske’ ou ‘uma Chip Ganassi’.

Ontem o piloto esteve no grupo Bandeirantes de comunicação. Ele foi a convite da direção e  se inteirou de vários pontos do lado comercial. As duas frentes podem trabalhar juntas para um crescimento maior da categoria no Brasil.

Creio que a situação tenha uma definição até o fim da próxima semana.

Em meio a um começo de ano com jogos de baixo nível nos campeonatos estaduais, com culpa para os dois lados, dos maiores e menores clubes, vejo algo novo: o Vasco nos últimos dois jogos – contra Bangu e Friburguense – aboliu a concentração. Na verdade trata-se de um protesto dos jogadores contra o constante atraso de salários. Venceu as duas partidas e não se teve nenhuma noticia de excesso de jogadores nas noites anteriores aos compromissos. Na Europa várias equipes já não se concentram mais.

Com os bons resultados, hoje o Vasco é um dos poucos (bem poucos) times grandes do Brasil jogando bola. O técnico Cristovão Borges já pensa em abolir de vez a concentração. Uma decisão que terá de ser tomada entre ele, diretoria e jogadores.

Vai dar certo? Neste grupo do Vasco pode dar. Todos trabalham por resultados e os egos são bem controlados. Existe um compromisso do grupo e isto é o mais importante. Só que se entrar uma ‘laranja podre’, tudo pode dar água. Outras equipes pelo Brasil como Flamengo, Grêmio, Atlético-MG não podem, nem de longe, pensar e acabar com a  concentração. Tudo também depende do comandante e não é questão de ser duro ou mais liberal. A questão é de confiança com  os jogadores e isto Cristóvão tem de sobra.

Esta é uma situação isolada de cada clube. Mas aqui no Brasil poucos podem pensar em abolir a concentração. O que mais vemos é muito jogador com a bola bem cheia e se achando dono do mundo se esquecendo porque é famoso, porque ganha bem e tem regalias. No fundo falta é muito profissionalismo no esporte do Brasil.

Não me venham falar em condição financeira. E questão de consciência, responsabilidade educação. Três palavrinhas esquecidas por aqui

Rubens Barrichello já está de volta ao Brasil. Não existe um prazo para definição de sua entrada na Fórmula Indy. Depois de dois dias e meio de testes, no circuito de Sebring, na Flórida, com a equipe KV Racing, a mesma do amigo Tony Kanaan, o piloto já definiu em sua cabeça que quer estar no grid da categoria em 2012. Pode ser nas 11 provas em circuitos mistos (mais Indianápolis), como também nas 15 etapas do calendário.

O time está em busca de patrocínio para o terceiro carro da equipe. Jimmy Vasser, um dos donos, está se empenhando pessoalmente nisto. Ele ficou impressionado com o trabalho de Rubens tanto pilotando como, também, passando informações aos engenheiros. A direção da IndyCar, que administra a F-Indy, também faz força para ter o brasileiro. Hoje conseguir combustível financeiro nos EUA para o esporte é complicado. Independentemente disto, existe um otimismo muito grande em todas as partes envolvidas.

Se dependesse só de Rubens ele já teria assinado contrato. Agora entra na pista a parte comercial.

Por outro lado, leio no site Grande Premio, que Vitor Meira acertou sua entrada na Stock Car. Ele tinha problemas para conseguir grana e posteriormente uma equipe na Indy. Neste momento, o Brasil tem dois pilotos confirmados: Hélio Castroneves, na Penske, e Tony Kanaan na KV. Bia Figueiredo ainda tenta apoio financeiro para fechar com uma equipe.

Rubens Barrichello voltou ao circuito de Sebring, na Flórida, nesta 4ª-feira, e terminou seu teste na Fórmula Indy com a  melhor marca dos três dias – andando em um carro da equipe (média) KV Racing. Fazendo uma rápida análise, ele foi bem pra caramba e mesmo sabendo das limitações do time, com o carro novo para todos e parece que o motor Chevrolet nasceu muito bem, teria sim possibilidade de lutar por vitórias e – quem sabe – o titulo. Na pista estavam também Penske, Chip Ganassi e Andretti Autosport.

O piloto, apesar de viver os últimos 19 anos na Fórmula 1, com um carro mais desenvolvido tecnologicamente, os últimos até mais parecidos com simuladores, nunca deixou de lado o kart e, por isso, teve uma adaptação bem veloz. O fato de ser um novo equipamento para todos também ajuda muito – já que se trata de um piloto com ótimo conhecimento de qualquer veiculo de competição. Se fosse em um oval, o buracão seria mais embaixo, porque aí conta (e muito) a experiência neste tipo de circuito.

Agora ele já está voltando para o Brasil, terminando as férias da família, que mais uma vez foram em Orlando. Nos próximos dias, longe da emoção de pilotar novamente e também tentando separar a empolgação do novo, vai analisar friamente e decidir o que fazer em 2012. Digo que Fórmula 1, neste momento, está totalmente descartada. Só resta uma vaga na Hispania e para lá não vai.

A família o apóia caso resolva ir para Indy. Sobre os ovais, aí é uma outra etapa. Mas agora já não tem tanta importância como no passado. Além do fator familiar, entra na balança o lado financeiro. Apesar de estar motivado e sentir o prazer em um carro da Indy, Rubens é profissional.

Precisa ver o orçamento do time para ter boas condições e o que pode render. Neste caso, acho que poderá por aqui conseguir combustível financeiro. Já sei que tem gente interessada e a própria direção da Indy quer o piloto. Seria um bom fato novo para 2012. Além dos equipamentos.

Hoje, posso afirmar que as possibilidades de ingressar na Indy são bem grandes. Pelo menos para fazer parte da temporada 2012. A decisão não deve passar de uma semana. Vamos esperar.