Os tais “torcedores” atacam novamente
Téo José
“Torcedores” do Palmeiras, ontem, agrediram o volante João Vitor. O atleta estava com um primo e amigo, no bairro Perdizes (SP), fazendo compras em uma loja oficial do clube. Além deste episódio deplorável, a selvageria iniciou nova crise em todo time.
No dia 21 do mês passado, conversei com vocês neste nosso espaço sobre o poder das torcidas. Acho que vale a pena ler de novo. As palavras são bem atuais:
Lugar de torcedor é na arquibancada
Hoje é normal torcedores, geralmente das organizadas, fazerem reuniões com treinadores, dirigentes e jogadores. Normal, também, invadir CTs e vestiários. Existe uma preocupação danada em quase todos os clubes com a repercussão que alguns fatos vão causar nas torcidas tidas como organizadas. Em momentos de polêmicas, empresários de jogadores se apressam em dar explicações aos líderes destes movimentos. Em outras situações podem ser usadas para desestabilizar atletas, técnicos e cartolas.
Sou do tempo que torcedor ficava na arquibancada. Lá mostrava sua insatisfação, sem o tal do corpo a corpo. Um tempo onde nem se sabia os nomes deste líderes e o contato era distante mesmo. Não tinha distribuição de ingressos gratuitos, custeio de viagens e nem ajudas materiais. Os próprios cartolas criaram estas situações e, agora, vários ficaram reféns. Alguns treinadores, também, deram uma importância enorme às organizadas e agora sentem na pele as cobranças.
Este momento, quando as organizadas se acham maiores do que realmente são para um time de futebol, tem sido observado em todo país e não tem mais o foco restrito a São Paulo, Rio, Belo Horizonte ou Porto Alegre. Pelo visto, o poder só vai aumentar. Uma pena.