Blog do Téo José

O último piloto brasileiro
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Téo José

Meu amigo e companheiro de trabalho, coordenador de automobilismo da Band,
teve vontade de escrever sobre Rubens Barrichello. Eu gostei e resolvi colocar aqui no nosso espaço. O twitter dele é @fernandosvevo.

Acabou…

Simplesmente vimos o adeus do último piloto, de verdade! Aquele que chora, que tem a emoção a flor da pele, que ama correr mais do que a sí próprio. Dinheiro não interessa, apenas o esporte. O sentido da vida é acelerar, mesmo que não consiga chegar em primeiro… Sente o vento, a emoção, a pressão. Aquilo é seu oxigênio.

O último piloto que dividiu uma curva na Fórmula 1 com Senna, Prost e Schumacher, provavelmente os maiores de todos os tempos. Viu esses gênios do melhor lugar, ao lado, dentro da pista. O último que não pede benção para um assessor antes de falar, que deixa o coração aberto em um meio onde as punhaladas são tão bem cauculadas como os carros, que já não exigem como antes.

Pilotou com câmbio manual, pneus de todos os jeitos e viu a morte de perto. Pode não ter levado um título, mas e daí. Button levou, Raikonnen também e nenhum será lembrado com tanto carinho. Suportou brincadeiras e topou tudo com um sorriso no rosto, como se estivesse dizendo: eu faço o que amo, e vocês. O automobilismo brasileiro ficou orfão, de novo, depois de tantos anos.

Foi o último suspiro de uma era. Foi o último que esteve em meio aos maiores…
É possível que descubra fora da pista alegrias tão grandes ou maiores. Filhos, esposa, família. Mas nós, brasileiros, que amamos esse esporte e ainda mais nossos heróis, vamos chorar…

Quem brincou com você vai dizer aos netos o quanto foi grande, importante. Quem sabe, um dia, vão pedir desculpas por tudo o que falaram.. Mas quer saber, deixa falar, você é o cara. A cara do Brasil na pista há quase vinte anos, desde aquela curva em 94.

Você assumiu, cedo, novo, a responsabilidade de substituir um gênio. Aprendeu que gênios são insubstituiveis. Assim como você. Choramos juntos as vitórias, nos revoltamos com as ordens tiranas e sonhamos também Seja feliz, assim como nós fomos. Mas, infelizmente, não podemos desejar o mesmo para o esporte, que não tem mais você…

Obrigado.


Bruno confirmado na Williams
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Téo José

Depois das informações dos últimos dias, a Williams escolheu e confirmou Bruno Senna para ser o companheiro do Pastor Maldonado em 2012. Bruno chega levando cerca de 10 milhões de euros – assim, com a grana do venezuelano e alguns patrocínios menores a Williams tem boa parte do orçamento fechado.

Não será dinheiro suficiente para fazer o time voltar ao patamar de grande. Será mais uma temporada de plantar para tentar colher no futuro. A grande vantagem da equipe, em 2012, será a parceria com os motores Renault.

São dois pilotos jovens. Pastor é rápido em muitas situações e Bruno fez uma segunda metade de 2011 razoável. Agora tem a grande oportunidade de estar em uma equipe de Fórmula 1 desde a pré-temporada. Porque a Hispania não conta. Não é uma dupla credenciada para desenvolver o novo carro, que com a mudança de motor é totalmente novo para todos na escuderia. Além da falta de grana, este é o maior problema.

A Williams vendeu suas duas vagas, sem dúvida não é mais aquela escuderia que ganhou respeito no passado. Uma equipe com novos dirigentes (Frank Williams está mesmo só com o nome) e com um 2012 desafiador e cheio de incertezas. Eu mesmo não boto fé. Acho um suicídio colocar um carro novo nas mãos de dois novatos. A pressão vai ser muito grande. Por isso, Bruno vai precisar fazer um ótimo trabalho dentro do carro e se preparar mentalmente.

Rubens Barrichello fica a pé e encerra sua longa e boa trajetória na Fórmula 1. A Williams não foi correta com o brasileiro, só avisou de sua escolha depois de ter assinado com Senna. Um sairia perdendo, isto é normal. Cada um sabe onde o sapato aperta. A relação do Rubens com o Adam Parr não era boa e já tinha tempo.

Barrichello deixa a categoria sem querer. Buscava pelo menos mais um ano. Eu já teria jogado a toalha no fim de 2011, podendo fazer uma linda despedida em Interlagos. Sobre o futuro dele, acho que vai dar um tempo, tirando 2012 para pensar, e depois fazer algumas provas em outras categorias. A Indy, neste momento está descartada, a família não quer de forma alguma.

Ainda vou falar mais sobre Barrichello, já que merece todo nosso respeito e reconhecimento.


Equilíbrio maior. Assim deve ser 2012
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Téo José

2011 teve a Volkswagen e Felipe Giaffone como vencedores. Mas foi um ano de equilíbrio enorme nas classificações. Três marcas diferentes venceram corridas nos dois campeonatos: Brasileiro e Sul-Americano. Em 2012, com o regulamento técnico sofrendo poucas alterações, acredito que vamos ter ainda mais equilíbrio. Roberval Andrade, com seu Scania, teve uma temporada atípica ao enfrentar muitos problemas mecânicos. E a Iveco bateu na trave muitas vezes.

Vejo a Volkswagen forte como sempre, mas terá muitas dificuldades com os caminhões Mercedes da ABF- que já encontraram o melhor caminho durante o ano passado. O Ford de Danilo Dirani ganhou corrida e mostrou competitividade em várias pistas. Roberval Andrade vai aparecer com um esquema novo. Ou seja, está recuperando a durabilidade perdida.

Correndo por fora podemos colocar os dois pilotos do time oficial da Iveco: Beto Monteiro e (a novidade) Valmir Benavides – que deixou a equipe RM, oficial da Volkswagen.

Estes são os nomes que sempre andam bem. Porém também é uma característica da categoria ter novidades andando na frente em todos os anos. Um piloto que sempre devemos estar de olho é Leandro Totti. Em 2012 vai andar em um novo caminhão, Mercedes cara chata, com a preparação bastante atualizada. Ele tem tudo para dar trabalho.

Creio que vamos ter muito mais equilíbrio nas classificações, mais pilotos subindo ao pódio e mais marcas ganhando corridas. Não quero ficar em cima do muro, mas antes da primeira corrida, dia 4 de março, no Velopark, no Rio Grande do Sul, fica muito difícil apontar um, dois ou três favoritos. Por isso é melhor esperar a pista gaúcha ser aberta para os treinos livres da sexta – no dia 2.


Bonde fora dos trilhos
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Téo José

O Flamengo começou 2012 sem grande contratações, com clima carregado e vejo que também sem comando. A presidente Patricia Amorim está perdida. O pior é que a diretoria também. Claro que esta situação vai refletir dentro de campo. O primeiro tempo do amistoso contra o Corinthians, ontem, em Londrina, foi o reflexo de tudo. Lembrei da frase do Vampeta: “Eles fingem que pagam e eu finjo que jogo”.

Não se trata apenas da questão financeira do Ronaldinho, Deivid e outros. Como disse o Vanderlei Luxemburgo, falta comprometimento do grupo. O time tido como reserva jogou muito mais, porque teve também mais vontade. Este problema do “não tô nem aí'' não é de agora. Foi o que se viu no ano passado, com muita coisa rolando fora de campo e o futebol sumindo dentro. A falta de comprometimento foi fundamental para o Flamengo não chegar mais perto do título no Brasileiro.

Aqui neste espaço já falamos muitas vezes do que está rolando pelos lados da Gávea. Não é segredo que o treinador não tem mais diálogo com Ronaldinho. Também está claro que o elenco anda dividido. E não é o necessário para alcançar as metas que o torcedor quer.

Olhando apenas o lado do futebol, fica claro que o Flamengo precisa de gente na zaga, no meio e no ataque. Não dá para pensar em titulo do Brasileiro com Airton, Willians e Renato Abreu. Também fico sem entender onde foi parar o futebol do Willians, mas quem frequenta o clube sabe. A coisa anda tão complicada que tem gente querendo o Botinelli como titular absoluto. E neste grupo tem condições.

Apenas lamento o que tá rolando e mais uma vez bato na tecla: futebol tem de ser profissional. Não dá para colocar um bando de torcedores para dirigir ou pessoas que querem apenas se aproveitar dos times grandes – principalmente dos mais populares. O que estamos vendo no Flamengo é isto. Tem problemas financeiros sim, como quase todos os clubes brasileiros, mas sem soluções profissionais as coisas vão continuar fora dos trilhos e com empresários dando as cartas e até atuando na escalação do time.

É o caso do Ronaldinho, do qual o irmão, o tempo todo, fica especulando saída, dizendo de interesses de outros clubes – muitos até inexistentes. Na boa, pelo que está jogando, desde o  ano passado, se atuar ou não na Bolívia, não fará nenhuma falta. Sobre os salários: é obrigação pagar. Seja o Flamengo ou parceiro. Neste ponto nem precisamos tocar. Isto é apenas um fato dentro da bagunça que está o clube.


Começou a ladainha na Ferrari: cobranças em cima do Massa
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Téo José

Sai ano entra ano e a ladainha da Ferrari continua. Luca di Montezemolo tem lista de prováveis substitutos e Stefano Domenicali, em entrevista coletiva, no evento anual da equipe, na Itália, vem com a mesma conversa de que 2012 vai ser fundamental para Felipe Massa. Poderiam gravar e ficar soltando. Não estou aqui defendendo o brasileiro, que realmente teve um ano horroroso e desde a chegada do Fernando Alonso foi engolido pelo espanhol. Só acho que essas cobranças públicas expõe demais o funcionário, não resolvem nada e já encheram.

Se realmente não estão aprovando o desempenho do Felipe, que façam um acerto com relação ao contrato e o mandem embora. Todo mês vir com a mesma ladainha, ou é falta de assunto ou querem mudar o foco – de que o carro é inferior a Red Bull.

Também vejo Felipe bem acomodado nesta situação. O piloto já concordou que não teve um bom ano. Não tem como esconder. Ele não conseguiu um pódio sequer, mas não se pronuncia de forma mais dura contra as cobranças. Aceita e tudo bem.

Já disse aqui neste espaço: não sei se tem portas abertas em outro local. Mas se eu fosse ele já teria feito as malas. Também admito que na Fórmula 1 de hoje a situação do Massa é bem complicada. O melhor mesmo e mostrar na pista, mas com um Fernando Alonso de companheiro não sei se conseguirá.


O Flamengo 2012
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Téo José

Neste mesmo 11 de janeiro, do ano passado, Patricia Amorim, presidente do Flamengo, anunciava a contratação de Ronaldinho. O torcedor comemorou. E precisava. 2010 foi um ano terrível e o time viveu o drama da possibilidade de cair para seie B. Um ano se passa o Flamengo é o atual campeão carioca, está na Libertadores e a sensação da maior torcida do país é de desconfiança.

Como reforços vieram o lateral Magal, pouco conhecido, e o rodado centroavante Itamar. Thiago Neves ainda não teve sua situação definida e Ronaldinho com boa parte dos salários atrasados, através do seu procurador (e irmão) Assis, já disse que não entra em campo contra o Real Potosí, na Bolívia, na abertura da Libertadores, no próximo dia 25. Antes quer receber o que tem direito.

Esta história inaceitável de atrasos de luvas, direto de imagem, e salário mesmo, criou um bate- boca no Rio. Jogadores falaram primeiro, depois o vice de finanças, Michel Levy, foi duro em suas palavras. Vanderlei Luxemburgo defendeu seus jogadores e, por fim, Patrícia Amorim deu um dura pública nos dois – dizendo: cada maçã no seu galho.

Todos sabemos que a situação financeira do Fla não é boa. Esta administração tem sido um pouco mais responsável, só que poderia ter feito muito mais para resolver a situação e deixar o clube com um horizonte melhor. Nos últimos tempos tenho ouvido muita coisa e visto pouco.

Como Ronaldinho mesmo disse em sua apresentação, repetindo uma frase antiga do torcida: “Flamengo é Flamengo!”  Pois é, o time de maior torcida, mais uma vez, se vê com problemas de grana e um time bem mediano para encarar a Libertadores.

Se não vejamos como tem sido escalado nos coletivos em Londrina: Felipe, Léo Moura, Alex Silva, Welinton e Júnior César; Aírton, Williams, Renato e Bottinelli: Ronaldinho e David.

Aí deixo uma pergunta para o torcedor rubro-negro: é o time e clima que você esperava para 2012?


Qual é a do Flamengo?
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Téo José

Aqui, neste nosso espaço, já fiz elogios a forma de trabalhar da presidente Patricia Amorim, sempre na dela, discreta e fazendo as coisas para se ter um Flamengo forte. Foi assim em 2011, pena que os resultados para tanto investimento ficaram no vento. Só um titulo – Carioca –  caixa ainda vazio. No fim do ano deu pinta que poderia ficar com o Brasileiro, mas jogadores fundamentais, não renderam o que se esperava, como Ronaldinho e Thiago Neves. A vaga para Libertadores foi um prêmio e não podemos falar que o ano foi um fracasso, creio que poderia ser melhor, mas estar na competição internacional não deixa de ser uma conquista e deu aos torcedores a esperança de novas boas contratações. Na zaga, no meio e ataque. Vieram duas: Magal e Itamar.

Sempre respeitando o profissional, mas também fazendo a analise. Não sei o critério de algumas coisas que acontecem lá. No ano passado Jael. Tava na cara que não iria dar em nada e agora estes dois. Itamar é jogador rodado, passou pelo Goiás, Palmeiras e São Paulo. Saiu do Brasil em 2002 atuou por quatro equipes da Coréia do Sul, duas no México e estava no Catar. Tem 31 anos. Pode dar certo, pode, mas com o currículo e lembrando de como foi no Brasil, com 10 anos a menos, a probabilidade é pequena.

Magal tem 24 anos, vem no Guaratinguetá, antigo Americana. Com o nome da segunda cidade, no ano passado esteve no paulista e na campanha razoável na serie B, do Brasileiro. É mais uma aposta na lateral esquerda. Não dá para dizer se vai jogar bem, e para apostar prefiro em gente da categoria de base. Apesar do Negueba e Diego Maurício até agora terem jogado bem pouquinho, no time principal.

A boa notícia é que Thiago Neves deve ter sua renovação anunciada nesta segunda. É pouco, para quem tem problemas dentro e fora de campo. Wellinton terminou o ano jogando pouquinho e voltou mais gordinho. Ronaldinho nos primeiros treinos, só trabalhou pela metade, uma tal de insônia o perturbou dois dias e por isso precisou dormir pela manhã. Coisas do Flamengo. Grande patrocinador, nada.

Senhora presidente, está na hora de começar o ano de 2012. Além do mais, é ano de eleição e acho que o torcedor não está tão otimista neste janeiro, como foi no passado. Mesmo com grande contratações, o time teve um rendimento de 45, 50%, pouco para o Flamengo. Vanderlei Luxemburgo também precisa voltar a ser o velho Vanderlei, anda muito ausente, no que se refere aos problemas fora de campo, que todos na Gávea sabem que existem, com pelo menos uns cinco jogadores.

Sem as peças ideais, tem de fazer as atuais jogarem mais e isto também é responsabilidade do treinador. Se olharmos para o rival Fluminense, que também vai disputar a Libertadores, vamos enxergar um grupo bem melhor. Isto é ainda mais preocupante para o torcedor rubro-negro.


A novela Montillo
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Téo José

A novela Montillo teve mais um capitulo e este pode ser decisivo. Depois dos dois times não se entenderem nos valores, Cruzeiro quer 15 milhões de euros e o Corinthians chegou a 8,3. A negociação entre os clubes já tinha sido encerrada, mas o jogador resolveu falar. Montillo encheu a bola da torcida mineira, do clube, mas disse que se tratava de uma oportunidade única e com a proposta salarial do Corinthians poderia fazer sua independência financeira. O atleta está com 27 anos de idade. O Cruzeiro ficou surpreso com a nota oficial de seu jogador e disse que não pode pagar o que o rival ofereceu, que também continua com sua postura de liberá-lo pelo que já tinha pedido.

E agora?

Situação bem complicada, olhando os três lados, não podemos tirar a razão de ninguém. A diretoria do Cruzeiro afirma que antes de procurar o argentino, o Corinthians deveria ter falado com ela. Correto, deveria ser assim, mas não é. Toda vez que surge o interesse em algum jogador por aqui, o primeiro contato é feito com o empresário dele, e o mesmo leva para diretoria. O Cruzeiro está certo em pedir o que pensa que Montillo vale? Sim, ele sabe de suas necessidades e foi quem fez o investimento atual e também mantém os pés no chão, não pagando de salário, mais do que pode.

O Corinthians sabe que sem um jogador nestas características, vai ter um ano bem complicado. É um time que marca muito, mas cria pouco, depende demais de Liédson, que não jogará mais 100% fisicamente. Emerson sempre tem algum time árabe atrás e Adriano não se pode contar. No mercado, é um jogador conhecido, guerreiro para Libertadores e dentro do orçamento de salários.

Montillo tem contrato. Pode manifestar seu interesse em sair, seus motivos são legítimos, mas além da palavra com o time, existe o papel assinado. Depois de sua posição oficial, fica bem complicada sua permanência. Podem ter certeza que é mais uma estratégia nesta negociação. Só falou quando o Corinthians informou que saia da parada. Mais uma carta colocada na mesa.
O que eu acho que vai acontecer? Montillo vai para o Corinthians, quando o atleta fala que não quer ficar é difícil segurar. Pela vontade dele e também pela repercussão que causa na torcida.
Vamos aguardar.

Atualizando – O jogador em entrevista hoje diz que foi interpretado de forma errada no comunicado de ontem e que se tiver uma contraproposta pode ficar no Cruzeiro. Sobre a primeira parte da conversa, não posso concordar, ele foi bem claro. Gostaria de jogar no Corinthians, porque poderia fazer a sua independência financeira. Contraproposta ele falou hoje. Continuo batendo em outro ponto. Ele tem contrato e se o Cruzeiro não aumentar seu salário e nem o liberar por dinheiro inferior, está na dele.

A novela Montillo teve mais um capitulo e este pode ser decisivo. Depois dos dois times não se entenderem nos valores, Cruzeiro quer 15 milhões de euros e o Corinthians chegou a 8,3. A negociação entre os clubes já tinha sido encerrada, mas o jogador resolveu falar. Montillo encheu a bola da torcida mineira, do clube, mas disse que se tratava de uma oportunidade única e com a proposta salarial do Corinthians poderia fazer sua independência financeira. O atleta está com 27 anos de idade. O Cruzeiro ficou surpreso com a nota oficial de seu jogador e disse que não pode pagar o que o rival ofereceu, que também continua com sua postura de liberá-lo pelo que já tinha pedido.E agora?Situação bem complicada, olhando os três lados, não podemos tirar a razão de ninguém. A diretoria do Cruzeiro afirma que antes de procurar o argentino, o Corinthians deveria ter falado com ela. Correto, deveria ser assim, mas não é. Toda vez que surge o interesse em algum jogador por aqui, o primeiro contato é feito com o empresário dele, e o mesmo leva para diretoria. O Cruzeiro está certo em pedir o que pensa que Montillo vale? Sim, ele sabe de suas necessidades e foi quem fez o investimento atual e também mantém os pés no chão, não pagando de salário, mais do que pode.O Corinthians sabe que sem um jogador nestas características, vai ter um ano bem complicado. É um time que marca muito, mas cria pouco, depende demais de Liédson, que não jogará mais 100% fisicamente. Emerson sempre tem algum time árabe atrás e Adriano não se pode contar. No mercado, é um jogador conhecido, guerreiro para Libertadores e dentro do orçamento de salários.Montillo tem contrato. Pode manifestar seu interesse em sair, seus motivos são legítimos, mas além da palavra com o time, existe o papel assinado. Depois de sua posição oficial, fica bem complicada sua permanência. Podem ter certeza que é mais uma estratégia nesta negociação. Só falou quando o Corinthians informou que saia da parada. Mais uma carta colocada na mesa.O que eu acho que vai acontecer? Montillo vai para o Corinthians, quando o atleta fala que não quer ficar é difícil segurar. Pela vontade dele e também pela repercussão que causa na torcida.Vamos aguardar.Atualizando- O jogador em entrevista hoje diz que foi interpretado de forma errada no comunicado de ontem e que se tiver uma contraproposta pode ficar no Cruzeiro. Sobre a primeira parte da conversa, não posso concordar, ele foi bem claro. Gostaria de jogar no Corinthians, porque poderia fazer a sua independência financeira. Contraproposta ele falou hoje. Continuo batendo em outro ponto. Ele tem contrato e se o Cruzeiro não aumentar seu salário e nem o liberar por dinheiro inferior, está na dele.

Cadê o 10?
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Téo José

Estamos vivendo de novo a Copa São Paulo de Futebol Junior, e a acho inchada com quase 100 times, mas é uma competição bem legal e a que mais motiva os garotos até 18 anos incompletos. Já estive dando uma olhada e em alguns times pensei que se tratava de categorias de base da Europa. Garotos altos, bem fortes com muitos volantes e zagueiros se destacando. Sei que ainda é cedo, mas não vou ver camisas dez como Zico, Neto, Raí, até mesmo Kaká. Esta é uma posição em extinção no Brasil, o jogador de meio de campo que se torna um maestro para quem joga um pouco mais na frente.

Os grandes destaques do Brasil lá fora são jogadores de defesa e volantes. Quando um time europeu precisa de alguém no meio de campo com marcação, já pensa logo no Brasil. Por aqui nos últimos anos os destaques no campeonato brasileiro foram Conca, D’Alessandro e Montillo. Três argentinos, que quase nunca tem chance na seleção argentina. Três que podem e muitas vezes fazem a função do 10. O último que apareceu foi o Paulo Henrique Ganso, que ainda considero uma promessa. Na minha visão ainda precisa provar é que tudo isto que muita gente fala e ele pensa que é.

O foco da falta do 10 é o medo cada vez maior dos treinadores de entrarem em campo para vencer. Às vezes o não perder significa ainda mais tempo no comando e ganhando salários no Brasil que poucos ganham lá fora. Estes treinadores das equipes profissionais vão buscar nas equipes volantes e zagueiros, pode perguntar para maioria dos técnicos da garotada.

Por isso estamos vendo o nosso futebol perder a característica e seleções que antes adoravam uma marcação, como a Alemanha, e o Uruguai, começaram ter um futebol, que nós tínhamos e enchíamos os olhos do mundo. O Brasil da forma que está no futebol, vai continuar procurando este 10, na Argentina e o pior perdendo suas características, com este futebol de marcação e marcação.


Fim do futsal e do futebol feminino no Santos
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Téo José

O Santos terminou 2011 mostrando muito profissionalismo e enchendo seus torcedores de otimismo com os planos para o centenário. Manteve o treinador, Neymar, contratou Pelé – com objetivo de fortalecer a marca pelo mundo. No projeto inicial, estava manter a forte equipe do futsal, com Falcão e grandes nomes, e o futebol feminino, encabeçado pela Marta. Mesmo com mais grana dos direitos de TV e, teoricamente, uma exposição maior depois de disputar o Mundial, apesar de ter fracassado, a diretoria começou 2012 com o pé no freio e dando passos para trás.

O futsal acabou no mês passado e hoje a informação oficial é do termino das atividades do futebol feminino. Segundo a diretoria, as duas modalidades custavam cerca de sete milhões de reais por ano e no orçamento não tem espaço para esta grana. Dirigentes pedem mais apoio do governo, porque sem este fica difícil novos projetos. Neste ponto sou contra. O futebol é profissional, como o futsal e, de certa forma em escala menor, o futebol feminino. Se não deram retorno financeiro, é outra história. Não vivo o dia a dia do clube, mas isto não é culpa do governo. Antes de alguns se adiantarem, digo que também não concordo com ajuda em dinheiro para construção de estádio de time profissional. O governo, mesmo de uma forma torta e aplicando erradamente seus recursos e às vezes de forma questionável, apoia com várias ações. O que falta é uma lei mais clara e direta para ajudar, com isenções de impostos, as empresas que patrocinam o esporte e a cultura. Aí, vamos passar pela câmara e senado, que também nunca olham como deve para o esporte. Mas grana viva do governo para modalidades profissionais não é o correto.

O Santos é um time que subiu degraus, isto é claro, mas ainda precisa de mais. Mesmo com apoio de um conselho, meio que velado, de profissionais competentes do mercado financeiro que torcem pelo time, o clube, como a maioria do Brasil, precisa se profissionalizar em todas as áreas e não apenas no futebol. O marketing tem de ir para as ruas e não ficar apenas na boca de um ou outro dirigente. O futebol, mesmo com cifras exageradas para jogadores e treinadores, é um negócio rentável. O esporte é rentável em dezenas de países e aqui, com a exposição que tem, também pode e deve ser. Para isto, é preciso um projeto sólido, de longo prazo, com gente profissional e dirigentes que tenham visão de empresa. Que tratem o clube como se fosse o seu negócio particular.

Uma pena ver projetos como do Santos acabar. Mostra também que o clube, apesar dos avanços, ainda precisa caminhar bem mais. Que os passos que foram dados realmente fiquem para trás e estas duas atitudes não sejam um total retrocesso.