Blog do Téo José

O velho, novo, problema dos pneus

Téo José

O assunto pode parecer velho, mas não é. Os pneus continuam sendo a maior dor de cabeça para as equipes da Fórmula 1 e, agora, até mesmo para o fabricante, a Pirelli. Com um pedido dos homens que dão as cartas na categoria, a fornecedora fez compostos com pouca durabilidade. O objetivo era trazer mais emoção para as corridas, abrir novas possibilidades de vencedores com muitas paradas nos boxes. Ou seja, jogaram para um composto do carro a responsabilidade que o regulamento e custos há anos não consegue equilibrar. Algo artificial.

Já fiz criticas aqui com relação a este fato. Agora, depois do GP da Grâ-Bretanha, a situação piorou. A segurança foi colocada em risco, com tanta gente tendo pneus estourados, furados e dechapados. A imagem da fábrica, mais do que arranhada, ficou machucada.

Em principio, soltou um comunicado colocando culpa nas equipes e pista. Dizendo que pneus traseiros foram montados errados, além de cambagem e até pressão dos mesmos. E, também, zebras altas da pista. Com isto a briga esquentou e ela lavou as mãos. Depois em outro comunicado deu uma recuada. A polêmica só esquentou.

Como solução resolveram marcar uma sessão de testes durante o campeonato e outra depois – esta segunda provavelmente em Interlagos.

Resumo da Ópera: a fabricante aceitou o jogo da categoria e foi quem mais perdeu. Ela está neste momento discutindo a renovação do contrato. Dentro da empresa existe uma corrente enorme para que não aconteça a continuidade.

Só que sair agora, pode significar fracasso total. As equipes querem uma solução. Mas mudar agora pode influenciar o desempenho, já que os carros foram projetados com outras bases de informações. A FIA e os homens da Fórmula 1 estão perdidos.

Neste panorama o que acho que vai acontecer é uma mudança nos compostos. Divulgada, ou não. A fornecedora está na pior situação e mais um vexame – como o de Silverstone – pode ser fatal para seu nome.

É uma pena que um evento tão grandioso como este tenha chegado a este ponto. Um barco sem rumo e com comandantes perdidos. Passamos mais tempo falando de pneus, do que de pilotos e equipes.